O “Nós, mulheres da periferia”, um coletivo jornalístico independente, formado por jornalistas moradoras de diferentes regiões periféricas da cidade de São Paulo, está engajado no enfrentamento à COVID-19. O website do coletivo abriga uma variedade de análises que destacam como a pandemia afeta desigualmente a periferia, como os riscos de exclusão do ensino à distância, os limites do acesso a bens culturais, o uso do transporte público e uma série especial sobre Racismo Ambiental: mulheres indígenas e quilombolas na proteção de seus povos contra o COVID-19.

O Fórum Nacional de Reforma Urbana, em parceria com a União Europeia, lançou o Edital para Iniciativas de Apoio Local nas Periferias. O objetivo foi possibilitar a realização de ações por fóruns e articulações locais no desenvolvimento de atividades no combate emergencial e prevenção à Covid-19, relacionadas à efetivação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Foram selecionadas 10 organizações e cada iniciativa receberá entre R$6 mil e R$9 mil. Para mais informações, acesse o edital completo no site.

Filhos de domésticas lançaram a carta “Pela vida das nossas mães”, endereçada não apenas às autoridades, mas a toda sociedade civil: “ao constatarmos que nossas familiares que são empregadas domésticas e diaristas continuam trabalhando normalmente, salientamos a emergência de atender à quarentena estipulada pelas autoridades e reivindicamos a dispensa remunerada”.

Conheça aqui a Carta Manifesto.

O MTST tem desenvolvido várias ações para o enfrentamento do coronavírus nas periferias, desde orientações jurídicas e de saúde até a distribuição de doações. Uma delas foi a arrecadação de doações através de uma vaquinha eletrônica. Para saber mais sobre as ações promovidas na página do Movimento.

Em manifesto assinado por dezenas de grupos de todo o país, coletivos de mídia ativistas atuantes nas periferias declararam: “Nós, comunicadores periféricos e periféricas de várias partes do país, estamos juntando esforços para colaborar com informações precisas e que realmente consigam alcançar os nossos. Precisamos saber informar… De nós para os nossos!” Mais informações no site do coletivo de comunicadores.

O site Para Quem Doar reúne várias iniciativas pelo Brasil todo para facilitar que doadores encontrem iniciativas, conheçam o que fazem e doem. A página está dividida por regiões do país e também é possível selecionar por ordem alfabética.

A Central Única das Favelas está coletando e distribuindo doações em todo o país, através da campanha Mães das Favelas, realizada em parceria com várias empresas. O objetivo é coletar doações de recursos para oferecer uma renda básica para mães, permitindo que elas decidissem o que precisavam comprar. Para saber mais sobre a CUFA e sua atuação durante a pandemia, vejam a entrevista do Presidente da organização, Preto Zezé, aqui.

A organização UNEAfro e mais 12 parceiros, incluindo redes de apoio a quilombolas e o Serviço Franciscano de Solidariedade, distribuiu cestas básicas e kits de higiene em periferias e quilombos. Também estão garantindo renda mínima para os professores, estudantes e coordenadores dos cursinhos comunitários. Na página da campanha é possível encontrar informações detalhadas das etapas, a prestação de contas dos recursos já arrecadados e também acessar a vakinha online.

Dicionário de Favelas Marielle Franco, que tem como objetivo estimular e permitir a coleta e construção coletiva do conhecimento existente sobre as favelas, é uma referência-chave sobre informações relacionadas à luta contra a pandemia nas favelas (principalmente do Rio de Janeiro, mas também de outros lugares do país).

Na plataforma é possível encontrar listas de contatos de coletivos e campanhas, pesquisas, reportagens, fotos, vídeos, comentários, entrevistas e reflexões acadêmicas. A plataforma também compila dados de organizações que prestam contas sobre os gastos com o que vêm recebendo via doações (ver aqui).

Em 23 de março, um conjunto de movimentos populares nacionais que lutam pelo direito à cidade divulgou o documento – Em Defesa do Povo, da Democracia, do Estado de Direito e na luta contra a COVID-19. Nele, apresenta-se um conjunto de reivindicações para enfrentar a pandemia, na perspectiva da garantia dos direitos e preservação da vida.

Criada em abril de 2020, a Rede de Apoio às Famílias e aos Amigos de Vítimas Fatais de Covid-19 no Brasil tem como objetivo promover gratuitamente o acolhimento dos enlutados, oferecendo materiais e endereços de instituições de saúde mental e da atenção psicossocial. O grupo é organizado em sete Grupos de Trabalho sobre os seguintes temas: a) apoio psicossocial; b) implantação e gerenciamento de plataformas; c) Administração e manutenção das páginas memoriais de homenagens e acolhimento aos enlutados; d) Documentação e arquivo; e) Curadoria de conteúdo e repositórios de músicas, poesias, vídeos e outras artes; Suporte religioso ecumênico e apoio espiritual aos enlutados e g) Elaboração de projetos e de ações para captação de recursos ou apoios visando a sustentabilidade da Rede. Confira reportagem sobre a criação da entidade aqui.

No dia 11 de junho de 2020, membros da ONG Rio da Paz cavaram 100 covas simbólicas na praia de Copacabana, como protesto à forma com que o Governo brasileiro tem lidado com a pandemia no país. O objetivo foi lembrar as mais de 40 mil pessoas que morreram devido à Covid-19, no Brasil. A ação ganhou repercussão nacional quando observadores pró-governo começaram a desenterrar as cruzes e um homem que passava na frente da instalação foi filmado as inserindo novamente enquanto expressava sua indignação pela falta de empatia com os que haviam perdido familiares. Veja o vídeo aqui.

Onze centrais sindicais em parceria com diversos movimentos sociais organizaram no dia 7 de agosto de 2020 atos simbólicos em São Paulo, Recife, Salvador, Porto Alegre, e várias outras cidades em homenagem aos 100 mil mortos pela Covid-19 e em defesa da vida, do emprego e chamando a população a contribuir em ações solidárias. Confira reportagem aqui aqui.

Articulação criada em fevereiro de 2021 por lideranças religiosas de uma diversidade de fés, ligadas ao CESEEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular). O ponto de partida do movimento foi o lançamento do Manifesto Respira Brasil que defende vacina para todas e todos, o SUS, a ampliação do Auxílio Emergencial e o impeachment de Bolsonaro. Um eixo central da rede é a luta pelo direito ao luto e aos rituais fúnebres, e pelo reconhecimento público do sofrimento das mortes causadas pela Covid-19. Veja a página no Facebook do grupo aqui.

Em ato realizado no dia 25 de março de 2021, organizado pelo Conselho Nacional de Saúde, o Sindicato de Enfermeiros do Distrito Federal, o Sindicato dos Odontólogos, o Conselho de Saúde do DF, e a OAB do DF, foi realizado um cortejo fúnebre simbólico em homenagem aos 300.000 pessoas que perderam as vidas pela Covid-19. Vestindo camisetas pretas, manifestantes marcharam em direção ao centro da praça, carregando um caixão com um mapa do Brasil, em simbologia às mortes ocorridas em todo o país. Em seguida, cada um dos participantes depositou uma rosa em cima da urna funerária. Veja reportagem aqui.

Associação das Vítimas e Familiares de Vítimas de Covid-19 – AVICO Brasil foi fundada em 08 de abril de 2021 na cidade de Porto Alegre/RS, a partir da indignação de dois defensores dos Direitos Humanos, Gustavo Bernardes e Paola Falceta, com a ineficiência e negligência do Estado diante das múltiplas consequências da pandemia de Covid-19 na vida dos brasileiros. O coletivo é formado por sobreviventes e familiares de vítimas voluntários e tem como objetivos prioritário representar os interesses gerais e individuais de seus associados (e não-associados) relativos às vítimas da COVID-19. A associação também vem criando grupos de encontro terapêuticos com enlutados. Em junho 2021, protocolou junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação criminal contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por negligência em relação à pandemia. Em agosto, protocolou um pedido de impeachment do presidente.

Esta página no facebook é uma das iniciativas da Rede de Apoio às Famílias de Vítimas Fatais de Covid-19 no Brasil, uma rede emergencial formada por vários voluntários, profissionais e pessoas solidárias às famílias de vítimas no país, em sua homenagem. É possível encontrar postagens de homenagem à vitimas de Covid-19.

Criada em 30 de Abril de 2021, a Associação Vida e Justiça em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da COVID-19 busca criar uma rede nacional de apoio e solidariedade às vítimas vivas e aos familiares das vítimas fatais da Covid-19. “A Associação Vida e Justiça é um espaço de solidariedade humana, de defesa e promoção da vida, de articulação de políticas públicas de apoio e reparação das vítimas e trabalha pela responsabilização de gestores públicos negligentes com a pandemia da Covid19.”

A associação é organizada por 13 temas, cada um com coordenação nacional, bem como seccionais nos Estados e no Distrito Federal, atualmente em criação. As atividades envolvem desde a organização de diálogos com a sociedade através de uma grande rede de lideranças sociais até a elaboração de propostas de políticas públicas e de legislação orientadas para a memória, justiça, reparação e responsabilização institucional pelos impactos da Covid-19 no futuro do país.

No dia 1º de maio de 2021, um grupo de enfermeiras e enfermeiros realizaram um ato em homenagem aos mais de 400 mil mortes pela pandemia de Covid-19 no Brasil e em defesa de direitos trabalhistas da categoria. O ato ocorreu um ano depois de um protesto realizado pelo setor também em frente ao Planalto em que manifestantes foram hostilizados por militantes pró-Jair Bolsonaro. A imagem de uma enfermeira sendo agredida foi amplamente disseminada nas redes sociais como representação da polarização política em torno da pandemia. Confira a reportagem aqui. Atos como estes foram ofuscados pela onda de manifestações pró-governo que ocorreram no mesmo dia.

Na segunda-feira, 21 de junho 2021, o movimento Respira Brasil realizou atos em diversas cidades do país em homenagem às 500 mil vidas perdidas para a Covid-19. Em cada ato, foram acesas 500 velas, cada uma representando mil mortos. O uso de velas no lugar das cruzes vistas nos atos anteriores teve a intenção de enfatizar o caráter interreligioso do ato, usando um símbolo aceito por diversas religiões e até por não religiosos. O ato foi realizado no Rio de Janeiro, São Paulo, Natal, Maceió, Campinas, Diadema, Vitoria, entre outras cidades. A campanha utiliza a #LutoPorMeioMilhão.

No mês de agosto de 2021, o coletivo Respira Brasil lançou uma campanha que busca dar visibilidade à situação das mais de 130 mil órfãs e órfãos da Covid-19. A proposta é realizar atividades de reflexão bem como de promoção de políticas públicas, a partir de uma crítica da ideia de que a direita representa a “família”. Confira o ato interreligioso no dia 20 de agosto na página de facebook do Respira Brasil.

Campanha liderada pelo coletivo, O Candeeiro, A OAB Federal; o Movimento 342 Artes e Grupo Prerrogativas; e a Associação de Vítimas e Familiares das Vítimas da Covid-19 (AVICO) protocolaram pedido na Procuradoria Geral da República solicitando a denúncia perante o Supremo Tribunal Federal de crimes do presidente da República frente à Covid-19. O grupo entende que os atos do presidente representam grave perigo à sociedade mas que o processo de impeachment é demasiadamente demorado e improvável de ser aprovado no Congresso. Enquanto isso, a PGR tem o poder legal de denunciar frente ao Supremo vários atos do Presidente da República que poderiam ser julgados criminosos pelo Supremo. Se a Câmara dos Deputados autorizasse o STF a abrir um processo criminal contra Bolsonaro, ele seria afastado imediatamente para um período de 180 dias.

No dia do professor, 15 de outubro de 2021, a Associação de Vítimas e Familiares da COVID 19 (AVICO), com apoio da Associação de Docentes da Universidade de Brasília, do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO-DF), do Inesc e outras organizações da sociedade civil, organizaram um ato na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congressso Nacional. Foram instaladas três mil bandeiras representando os 600 mil mortos, com nomes das vítimas de Covid. Ver informações aqui, e uma reportagem aqui.

A Rede Justiça Criminal, em março de 2020, publicou nota na qual expõe os riscos para as pessoas privadas de liberdade quanto à proliferação do coronavírus e a limitação de medidas preventivas em presídios e socioeducativos. A organização defende a redução da população prisional, mediante desencarceramento de idosos, gestantes, lactantes, mães com crianças de até 12 anos, entre outros. Além da substituição para regime menos gravoso, privilegiando a prisão domiciliar quando cabível, a suspensão de mandados de prisão e prisão preventiva por medidas cautelares, a fim de conter a proliferação do vírus.

A campanha Quartos da Quarentena foi criada pelos Instituto Urbe Urges, Instituto de Arquitetos do Brasil e o Nossas. Existem representações do movimento em vários Estado, além de São Paulo, existe também em Recife e em Porto Alegre. Propõe usar a rede hoteleira vaga para garantir o distanciamento social aos grupos que não têm condições de concretizá-lo. A iniciativa pretende pressionar os governos federal, estaduais e municipais a adotarem medidas de saúde coletiva que garantam real condição de distanciamento social às famílias de aglomerados, idosos e grupos de riscos. Alguns locais já acolheram a proposta, recebendo a população de rua ou mesmo idosos!

Um conjunto de entidades voltadas para o setor fiscal propôs uma reforma tributária solidária, que pretende promover justiça social através de instrumentos de progressividade de impostos, ou seja, quem tem mais paga mais. O objetivo principal é que este seja um mecanismo para o combate à desigualdade social. A proposta envolve campanhas, petições online e ações diversas.

A proposta vai na contramão de outras que têm sido colocadas no Congresso Nacional (PEC 45 e PEC 110) e reforça a campanha Taxar Grandes Fortunas para Salvar Vidas.

Dezenas de representantes de entidades de movimentos populares e sociais se uniram para lançar a campanha “Despejo Zero”, em um evento virtual realizado em 23 julho de 2020. Eles denunciaram reintegrações de posse e despejos que continuam acontecendo em todo o país, em plena crise sanitária e acelerada transmissão do novo coronavírus (Covid-19), que tirou a vida de mais de 84 mil brasileiros e brasileiras. Leia aqui. Live sobre a Campanha aqui.

mundo da filantropia reuniu, em uma mesma plataforma, fundos de investimento social e vaquinhas digitais para arrecadar dinheiro para diversas finalidades, desde ações de assistência social até compra de equipamentos para hospitais e instituições de pesquisa. A iniciativa, denominada “Emergência COVID-19 – Coordenação de Ações da Filantropia e do Investimento Social em Resposta à Crise”, foi coordenada pelo GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas.  Em 2021, o GIFE publicou o livro “Filantropia e investimento social na pandemia: respostas, aprendizados e reflexões sobre o futuro”, de autoria de Karen Polaz, que reúne dados e análises sobre as ações realizadas no ano anterior. O livro pode ser baixado gratuitamente aqui.

Também houve uma multiplicação das chamadas “vaquinhas eletrônicas”, para arrecadar fundos para comprar mantimentos e material de limpeza para as comunidades mais pobres. Nas plataformas de crowdfunding Benfeitoria.com e Apoia.se é possível acessar várias dessas iniciativas. Tem também a página https://combatecovid.org/, cujo objetivo é arrecadar doações e dar visibilidade aos hospitais filantrópicos e organizações sociais que estejam no combate à COVID-19 no Brasil.

A Rede EPI (Equipamentos de Proteção Individual) criou, em 2020, um site cujo objetivo era fazer a conexão entre quem precisava de equipamentos de proteção e potenciais doadores. Foi uma iniciativa de profissionais da comunicação e membros da comunidade de saúde. No site, instituições de saúde podiam se cadastrar e apresentar suas demandas.

Muitas organizações estão mostrando, em tempo real, as ações de solidariedade relacionadas à pandemia, por meio de lives em páginas do Facebook e Instagram. Veja, por exemplo, a live do dia 1 de maio, gravada na Associação de Moradores de Peixinhos (PE), que divulga a ação conjunta de ativistas do MST, de sindicatos e associações de moradores para a distribuição de alimentos, na página do Facebook da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias.