Artivismos

Ao longo da pandemia de Covid-19, muitas foram as formas de protesto e luta contra a inação e a falta de vacinas decorrentes da postura adotada pelo Governo Bolsonaro. E muitas dessas ações foram promovidas por meio de manifestações artísticas e culturais. Aqui selecionamos e apresentamos algumas dessas ações que colocamos como Artivismos.

Do bordado político às residências artísticas em universidade fazer arte foi novamente uma forma de protesto. Conheça aqui algumas ações.

Durante o período de isolamento social, os coletivos de bordado político foram impedidos de realizar seus encontros presenciais e manifestações, o que levou as integrantes a se manifestar ativamente em suas redes sociais, principalmente por meio de posts no Instagram. Os bordados realizados nesse momento costumavam envolver temas como: defesa do isolamento social e das medidas sanitárias para prevenção do covid-19, a demanda pela vacina gratuita para todos, a valorização do Sistema Único de Saúde, entre outras. Imagem: Linhas de Sampa – disponível em: https://www.instagram.com/p/CJy4aEHHRB2/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

O Linhas do Horizonte, conhecido por ser o primeiro coletivo de bordado político do Brasil, se mostrou politicamente ativo durante a pandemia do Covid-19 de várias formas. Uma delas foi a partir do que chamam de bordado panfletário, que consiste em bordar em torno das causas que defendem, assim, estiveram presentes em manifestações pela vacina e contra as políticas do governo de Jair Bolsonaro. Diferente da simples entrega de panfletos de papel, as bordadeiras defendem que bordar em torno de uma causa acaba atraindo maior interesse da população, pois quando as pessoas se deparam com algo artístico que remete ancestralidade, cria-se uma conexão de afeto e proximidade, o que facilita o estabelecimento de diálogo e as torna mais abertas para conhecer diferentes causas.

Em março de 2021 o Brasil atingiu o número de 300 mil mortes causadas por covid-19 e suas complicações. Dessa forma, o coletivo Linhas do Rio teve a ideia de convidar outros coletivos de bordadeiras políticas de diversos lugares para bordar em homenagem a essas vítimas. Primeiramente, foi realizado uma bandeira bordada contendo o nome de 286 dessas vítimas, porém como mais bordadeiras se uniram a causa, foram realizando cada vez mais bordados, além de que o número de vítimas continuou crescendo.

A ideia era levar os bordados para lugares públicos, para dar visibilidade e honrar a memória de cada um desses mortos. Dentre os coletivos envolvidos estavam: Linhas do Rio (Rio de Janeiro), Linhas do Horizonte (Belo Horizonte), Linhas de Sampa (São Paulo), Linhas do Mar (Caraguatatuba), Linhas de Santos (Santos), Bordaluta (Brasília), Pontos de Luta (Belo Horizonte) e Mulheres da Resistência no Exterior (Nova Iorque).

“A residência artística da CAL/UnB e OEI diferencia-se de outras por acontecer dentro da universidade. Assume-se como um espaço de diálogos e de interações, discussão das artes e produção crítica. Focada no estímulo às artes latino-americanas e africanas desenvolve programas in loco desde 2017, tendo já realizado três residências internacionais. Este ano, no dia 22/09/2020 realiza a sua primeira residência online que resultará numa ação performática”. Veja aqui.