Uma das questões fundamentais enfrentadas por coletivos no combate à pandemia de COVID-19 foi a disseminação de informações úteis – e em constante revisão – relacionadas à prevenção da doença e o enfrentamento da desinformação sobre o tema. Aqui colocamos algumas das iniciativas realizadas por alguns atores, como podcasts, aplicativos e propostas de documentários. Uma das produções do Resocie sobre as mobilizações durante a pandemia aborda esta temática, é a dissertação “Pega a visão: quadros interpretativos dos coletivos de comunicação das periferias na pandemia de Covid-19”, de autoria da doutoranda Mariana Fonseca. É possível acessar o arquivo aqui.

Podcasts

Vários coletivos utilizaram aplicativos de streaming e plataformas abertas para divulgar podcasts, as novas “rodinhas de conversa das quebradas”. Os coletivos utilizaram essa tecnologia para realizar diálogos, entrevistas, debates, ações, voltadas para educação e informação das comunidades. Trazemos alguns desses podcasts.

Lives

No contexto de pandemia, várias lives foram realizadas, com o objetivo de entreter, discutir questões importantes no cenário nacional e internacional, falar sobre as realidades nas periferias e outros temas diversos. Vários coletivos realizaram lives conjuntas, outros as fizeram de maneira periódica. Elas podem ser encontradas nos canais dos respectivos coletivos no YouTube, no Facebook e no Instagram.

Canais do Zap

Vários coletivos também utilizaram o whatsapp para divulgar suas notícias de maneira mais rápida e direta para a comunidade. Além de notícias sobre a pandemia, também divulgaram informações sobre o auxílio-emergencial, eventos culturais, política e educação. Alguns exemplos são o canal da Agência da Mural, do Periferia em Movimento e de Max Maciel. Para receber as notícias no whatsapp basta enviar uma mensagem para o número de cada coletivo, disponibilizado nas suas mídias sociais ou sites

 

Conheça aqui algumas soluções mapeadas

O Documento desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e pela Associação de Medicina de Família e Comunidade do Rio de Janeiro (AMFaC-RJ), tem como objetivo orientar a população das comunidades e periferias de todo o Brasil sobre a importância da prevenção da COVID-19 com dicas viáveis, de acordo com a realidade vivida pelas pessoas que sobrevivem às condições de vulnerabilidade.

O Voz das Comunidades, coletivo de comunicação localizado no Complexo do Alemão, lançou um aplicativo com o objetivo de minimizar a desinformação e os impactos da pandemia nas comunidades em situação de maior vulnerabilidade.

O aplicativo pode ser baixado tanto no GooglePlay (para Android) quanto na App Store (para Iphone). O app conta com três seções: AO VIVO, com informações rápidas e em tempo real; FATOS: visa o combate à desinformação, com notícias verificadas pelo time de editores com o selo de “verdade” ou “falso”; e JORNAL, que disponibiliza no aplicativo todo o conteúdo do jornal já existente.

podcast traz uma visão periférica sobre a cidade, a politica e o entretenimento e é apresentado por Max Maciel, um dos coordenadores da Rede Urbana de Ações Socioculturais (DF). Além de tratar sobre o enfrentamento ao coronavírus nas periferias, o podcast já tratou de outros temas relevantes em educação, política e cultura.

documentário pretende colaborar com a difusão de informação nas periferias sobre prevenção, autocuidado e dados para criação de políticas públicas e outras iniciativas imediatas. Será feito a partir da visão de 5 jovens de periferias das cinco regiões do país. Os três coletivos de audiovisual que impulsionam a proposta do documentário são: Maloka Filmes formada por LGBTs da Zona Sul de São Paulo; o Centro de Comunicação e Juventude – CCJ de Recife (PE); e o Coletivo Apeirom de Ceilândia (DF).

O Mini-documentário “Interrompemos a Programação (?)”, criado pelo coletivo Periferia em Movimento, começou a ser produzido em outubro de 2019. Interpelada pela pandemia no início de 2020, a produção, além de falar da importância da mídia comunitária/periférica para a formação e expressão da identidade das periferias, reflete também sobre a importância dela para o enfrentamento e exposição da situação pandêmica nas comunidades.

Jovens da comunidade do Jacaré no Pernambuco criaram uma rádio comunitária, Jacaré Maluquinho, com o intuito de disseminar informações para toda as famílias vizinhas sobre a importância da prevenção contra o coronavírus.

Utilizando equipamentos simples, um notebook e um altofalante, os jovens fazem informes para toda a comunidade e divulgam o brega funk “Xô-Corona”, o seu brega-protesto. Além disso, espalharam cartazes por todo Jacaré reforçando o uso da máscara de proteção e fazem a distribuição de doações e cestas básicas.

Vários coletivos também têm utilizado o whatsapp para divulgar suas notícias de maneira mais rápida e direta para a comunidade. Além de notícias sobre a pandemia também divulgam informações sobre o auxílio-emergencial, eventos culturais, política e educação. Alguns exemplos são o canal da Agência da Mural, do Periferia em Movimento e de Max Maciel. Para receber as notícias no whatsapp basta enviar uma mensagem para o número de cada coletivo, disponibilizado nas suas mídias sociais ou sites.

Em tempos de pandemia, as novas tecnologias digitais estão sendo usadas intensamente por coletivos de comunicação e por outras organizações das periferias, para apresentar demandas, divulgar opiniões, trocar ideias. É possível acessar as várias entrevistas, lives e podcasts que vêm sendo feitos pelos próprios ativistas. Vejam, por exemplo:

Entrevista com Preto Zezé, Presidente Nacional da Central Única das Favelas.

Vídeos que falam sobre a experiência de Paraisópolis (SP), aqui e aqui.

Podcast “Quarentena“, da Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Podcast Lugar de Quarentena, do coletivo de comunicação ARQUEPerifa.

Roda de Conversa da Rádio Ação Paramita, “Favela, Autoorganização e Covid-19“.

Thiago Vinícius, da Agência Popular Solano Trindade, coletivo localizado na periferia do Campo Limpo (Zona Sul de SP), Roberta Rodrigues (Vidigal, Rio de Janeiro), Max Maciel (Projeto Ruas, Ceilândia, DF), Neila Gomes (Movimento pela Moradia, Belém), entre outros, são entrevistados sobre sua atuação contra a pandemia.

O Voz das Comunidades, jornal criado por moradores do Complexo do Alemão (RJ) em 2005, lançou um aplicativo para celulares, cujo objetivo é “combater a desinformação sobre a COVID-19”. O jornal identificou a demanda, por parte de moradores de comunidades cariocas, de fontes confiáveis de informação em meio à pandemia da Covid-19. Veja mais informações no site do jornal.

Em manifesto assinado por dezenas de grupos de todo o país, coletivos de mídia ativistas atuantes nas periferias declararam: “Nós, comunicadores periféricos e periféricas de várias partes do país, estamos juntando esforços para colaborar com informações precisas e que realmente consigam alcançar os nossos. Precisamos saber informar… De nós para os nossos!” Mais informações no site do coletivo de comunicadores.

Fundação Oswaldo Cruz se juntou à Redes da Maré e a organizações da comunidade de Manguinhos para lançar a Campanha “Se Liga no Corona!“, que tem como objetivo difundir informações confiáveis adaptadas ao contexto das periferias. O conteúdo produzido pela campanha está disponível para download no Portal Fiocruz e no Maré Online. Além disso, a Campanha lançou um selo de validação de materiais de comunicação produzidos por organizações comunitárias parceiras. Seu conteúdo será submetido a especialistas da Fiocruz e, se procedentes, receberão o selo Fiocruz Tá Junto, oferecendo ao material uma chancela científica. 

Coletivo Papo Reto, o Voz das Comunidades e o Coletivo Mulheres em Ação no Alemão uniram-se para formar o Gabinete de Crise do Alemão. São organizações que já atuam há anos e que adaptaram suas agendas para ajudar a lutar contra a pandemia. Além de distribuírem doações, também fazem campanhas de conscientização, lutam contra notícias falsas, promovem campanhas de higienização das favelas e denunciam a violência policial.

O Comitê das Comunidades é um grupo no WhatsApp que busca levar mais informações sobre o coronavírus para bairros periféricos do município de Santo André, em São Paulo. A iniciativa foi criada pelo MDDF (Movimento de Defesa dos Favelados) com o objetivo de organizar uma rede virtual com moradores e lideranças comunitárias que representam as favelas do município, além de traçar temas debatidos no grupo. A matéria completa pode ser acessada através do link.