Ao longo da pandemia de Covid-19, os povos indígenas e as comunidades tradicionais sofreram ainda mais com o isolamento social, a presença de garimpo e pessoas de fora dessas comunidades e o impacto da doença sobre seus povos. Várias ações foram realizadas para garantir a integridade de suas terras e apoiar essas populações. Conheça aqui algumas delas. 

Também foi realizado estudo sobre mobilização e campanhas de vacinação para povos indígenas.

Em 14 de janeiro de 2021, explodiram nas mídias sociais vários vídeos de profissionais da saúde, especialmente, em Manaus-AM, desesperados, denunciando a falta de bombas de oxigênio nos hospitais. Vários pacientes morreram por não ter acesso ao equipamento, não apenas aqueles contaminados com Covid-19, mas também outras enfermidades, como exemplo, há grande preocupação com os bebês prematuros que dependem do recebimento de oxigênio. Em razão disso, surgiram vários chamados de protestos partindo de diferentes grupos sociais.

Webinar “Vidas negras e indígenas e a Covid-19”, realizado no dia 18 de junho de 2020 e organizado pelo Ciência na rua em parceria com a Rede CoVida e Agência Bori. Participaram pesquisadores, ativistas e comunicadores comprometidos com as lutas contra o racismo estrutural da sociedade brasileira e as agressões aos povos indígenas: Rosane Borges, da Universidade de São Paulo (USP), Emanuelle Goes, do Cidacs-Fiocruz, Daniel Munduruku, do Instituto KUA, Ana Carolina da Hora, cientista da computação e criadora do Ogunhe Podcast, e Gilberto Caetano, editor e roteirista, do Diálogos Afrurbanos. Assista aqui.

Esta live transmitiu a mesa de debate sobre “Problemas de acesso à justiça para os povos indígenas na matéria da COVID-19”, que foi parte do webinar “Intercâmbio de experiências para a proteção de defensores indígenas contra a COVID-19”, organizado pela Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica (COICA). A iniciativa é parte do projeto da COICA de formação de defensores indígenas e foi realizada em 16 de julho de 2020.  Veja aqui.

A quilombola Selma Dealdina, da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq), e a ex-vice procuradora-geral da República, Deborah Duprat, conversaram sobre o tema “Desigualdades: Comunidades Quilombolas Frente à Pandemia”, no dia 14 de junho de 2020. A moderação ficou a cargo de Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. Acesse aqui.

Como a pandemia tem impactado os quilombos urbanos do Rio de Janeiro? Qual a importância desses espaços para preservar a memória e como ferramentas de resistência? Essas foram algumas das perguntas debatidas na live realizada no dia 05 de maio de 2020 com lideranças dos cinco quilombos urbanos do Rio de Janeiro, que também falaram sobre a situação dos seus territórios em tempos de pandemia: Luiz Sacopã (Quilombo Sacopã); Adilson Almeida (Quilombo do Camorim); Gizele Mesquita Martins (Quilombo Cafundá Astrogilda); Bárbara Guerra (Quilombo de Marambaia). Acesse aqui.

O Observatório da Covid-19 nos Quilombos é uma plataforma online que reúne dados epidemiológicos da pandemia do novo coronavírus entre quilombolas de todo o Brasil. O monitoramento, realizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), apresenta casos monitorados, confirmados e óbitos decorrentes da Covid-19 entre quilombolas.

O Observatório foi lançado em uma live, realizada no dia 28 de maio de 2020, com a participação de Jurema Werneck, Milene Maia e Sandra Andrade. Acesse aqui.

Sonia Guajajara, uma das mais importantes lideranças indígenas brasileiras da atualidade, conversou no dia 7 de agosto de 2020 com os repórteres André Barrocal e Felipe Milanez, a respeito das lutas dos povos originários contra a pandemia do novo coronavírus. Nessa conversa, vinculou os desafios enfrentados no contexto da pandemia aos ataques perpetrados pelo governo de Jair Bolsonaro aos direitos dos povos indígenas. Acesse aqui.

A Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) realizou uma “live solidária”, no dia 01 de dezembro de 2020, com o tema “Mulheres Indígenas em Movimento”. A live contou com a participação de Ana Paula Sabino, Hamangai Pataxó e Indiana Petsirei O Dumhive, entre outros. Acesse aqui.

O coronavírus teve efeitos ainda mais devastadores nas comunidades quilombolas, nas quais faltam serviços de saúde e a letalidade foi alta. Para dar visibilidade a essa situação e debater saídas, ativistas e organizações fizeram várias lives. Em uma das primeiras lives, organizada em 4 de junho de 2020, a secretária-executiva da CONAQ, Selma Dealdiana, e a jurista Deborah Duprat abordam o tema, com apoio da Oxfam Brasil. Assista aqui.

A organização UNEAfro e mais 12 parceiros, incluindo redes de apoio a quilombolas e o Serviço Franciscano de Solidariedade, distribuiu cestas básicas e kits de higiene em periferias e quilombos. Também estão garantindo renda mínima para os professores, estudantes e coordenadores dos cursinhos comunitários. Na página da campanha é possível encontrar informações detalhadas das etapas, a prestação de contas dos recursos já arrecadados e também acessar a vakinha online.

O “Nós, mulheres da periferia”, um coletivo jornalístico independente, formado por jornalistas moradoras de diferentes regiões periféricas da cidade de São Paulo, está engajado no enfrentamento à COVID-19. O website do coletivo abriga uma variedade de análises que destacam como a pandemia afeta desigualmente a periferia, como os riscos de exclusão do ensino à distância, os limites do acesso a bens culturais, o uso do transporte público e uma série especial sobre Racismo Ambiental: mulheres indígenas e quilombolas na proteção de seus povos contra o COVID-19.

O site Memória Popular da Pandemia é um projeto de registro e divulgação de relatos sobre experiências populares no contexto da pandemia de Covid-19. O site foi desenvolvido pela Plataforma Dhesca Brasil e ali é possível navegar pelas memórias de indivíduos e coletivos, que narram suas vivências e estratégias de enfrentamento da pandemia.

Além de navegar pelas memórias disponíveis no site, você também pode participar da Memória Popular da Pandemia nos enviando o seu relato. Compartilhar sua experiência pode ser uma forma de salvaguardar o patrimônio, fortalecer a resistência no presente e construir as bases do futuro.